“Devir” é apresentado no Palco do Lourival Baptista
O espetáculo inspirado na obra de Almodóvar prendeu a atenção do público
As cores e sons fortes e os temas densos de Almodóvar invadiram o palco do Teatro Lourival Baptista nas noites de sexta e sábado. Com o forte e vibrante espetáculo “Devir”, a “Espaço Liso Cia de Dança” encheu os olhos dos presentes.
A interpretação de “Devir” se enquadra na modalidade de “dança teatro”, conceito que surgiu na Alemanha no final da década de 20 de ganhou força a partir da década de 70. Por meio dela, as coreografias incorporam movimentos do cotidiano e os movimentos abstratos ganham forma de narrativa. “A dança nos permite transitar por várias ambientações.A arte nos dá a possibilidade de dialogar com qualquer coisa”, pondera EdenBrisio, bailarino da Companhia.
“Devir” foi criado em 2013, a partir de uma identificação pessoal do coreógrafo Ewetton Nunes com Almodóvar. Com cenários móveis, elementos estéticos bem definidos, utilização de recursos audiovisuais e interpretação marcante, o espetáculo transita entre diferentes pontos, recorrentes em narrativas das obras de Almodóvar.
Ter Almodóvar como referência é trabalhar com temáticas que passam pela discussão de gênero, condutas morais, violências e limites éticos. Toda a sua obra é complexa, com nuances delicadas e temas fortes. No entanto, nada disso intimidou os artistas, que, em cena, representaram a profundidadedo trabalho do espanhol.
A Temporada Mariano
O espetáculo “Devir” foi apresentado no palco do Teatro Lourival Baptista esta semana. Ele faz parte da programação da Temporada Mariano de Artes Cênicas, projeto da Secretaria de Cultura que tem por objetivo impulsionar o cenário do teatro, dança e circo no estado, por meio do apoio à circulação da produção local e do processo de formação de plateia. Para os integrantes da “Espaço Liso Cia de Dança”, a manutenção dos projetos de temporadas, em especial a Temporada Mariano, é fundamental para o cenário cultural sergipano. “A iniciativa é muito válida. A gente precisa que o projeto de temporadas se estenda. O processo de formação de plateia deve ser constante. Precisamos, cada vez mais, investir na divulgação e realização desses projetos”, declara Ewetton Nunes, coreógrafo da Companhia.
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