A ESPAÇO LISO estreou o seu novo trabalho no dia 22 de Maio de 2011. Um momento muito esperado por todos da Espaço Liso e partilhado com muito carinho com o público presente. Encerrar a V EDIÇÃO da SEMANA SERGIPANA DE DANÇA nos trouxe ainda mais a responsabilidade e satisfação em estar em cena, afirmam em uníssono todos os envolvidos no espetáculo.
"Nenhum momento é tão transfigurador quanto a estreia de um trabalho feito com muito respeito e entrega, o primeiro contato da obra com o público nos apresenta o desapego com aquilo que até então era apenas nosso. No instante em que as cortinas se abrem para a primeira aparição de um espetáculo, abandonamos nas mãos da plateia uma série de acúmulos, muitas dúvidas são partilhadas e outras colocadas em seu lugar, os medos antigos cedem lugar a novos medos e a felicidade, essa sim, é o melhor pagamento por todo o esforço realizado anteriormente.
ESCUTA... É uma obra que traz muito do meu universo, daquilo que sou como indivíduo homem e artista. Despejei nele, como em nenhuma outra concepção, todas as experiências artísticas as quais já vivi: o teatro, a música, a dança popular, o audiovisual, a poesia, a dramaturgia, figurino, cenário... O universo deste novo espetáculo da ESPAÇO LISO é o meu universo muito mais maduro", conta Ewertton Nunes (responsável pela coreografia, direção e concepção).
Após as apresentações dos espetáculos a Espaço Liso acha fundamental a troca de impressões com o seu público, pois acreditam que somente assim é possível perceber a eficácia da mensagem enviada e a real absorção de todos textos enviados através das imagens que compõem a obra. Abaixo seguem algumas impressões sobre o espetáculo enviadas por e-mail, postadas em blogs, através das redes sociais, etc.
"Realmente foi um momento muito importante e precisamos promover mais eventos com o intuito de promover essas trocas de saberes. Confesso que aprendo muito com vcs o tanto quanto fico mais confusa,inquieta, reflexiva... Estado de ânimo fundamental para não ficarmos pedrificados nas nossas verdades absolutas, e nas nossas formas de fazer e pensar dança. Sei o quanto é importante o distanciamente por vezes do coreográfo (enquanto intérprete) para a criação e direção do seu espetáculo, mas entendo também o quanto é possível e real sermos intérpretes e criadores. Definitivamente acho que não reconheceria a Espaço Liso se vc não estiver na cena.
Quanto ao espetáculo, para além de atribuirmos juízo de valor, na tentativa de qualificar ou desqualificar, tipo achei bom, achei ruim. O Espetáculo da Espaço Liso foi de fato um espetáculo, trazendo sempre para a cena da dança a interação de linguagens, proporcionando ao público uma ampliação dos seus conhecimentos, uma identificação, entre outros. Eu enquanto público da cena, tive a oportunidade de sentir, cheiros, sabores, vibrações e pulsações que provavelmente outros não tenham percebido. Também, por outro lado, deixei de ver coisas que o espaço em que me encontrava não permitia, mas enfim, é assim mesmo que ocorre em todos os espetáculos só percebemos aquilos o que nossas referências permitem.
Foi um espetáculo muito rico, longo (mas nem senti que já estava sentada por 1 hora e meia) que nos prendia a todo instante, pois ficava na espera do iria ocorrer a cada instante, pois não era um espetáculo linear e com ações previsíveis. Trazer Clarice Lispecto para a cena da dança é um grande desafio e vcs conseguiram fazer isso com muita propriedade. A bailarina Amelinha é de uma expressividade impressionante (todos da companhia são muito importantes para o espetáculo, e cada uma com seu valor), ela é forte, doce e insana, com um timbre de voz que alcança o público. Identifiquei na Amelinha uma Clarice Lispector dos dias atuais. O Microfone da Carol Natureza não permitia entendermos o que era dito, o que dificultou a compreensão da seleção das falas.
Enquanto pessoas do lado de cá (nós que fizemos parte do cenário), declaro para vcs o quanto essa atitude causou uma sensação de frenesi, pois ficávamos pensando - o que eles vão fazer com a gente?... Adorei fazer parte do entorno, mas no próximo como disse o Vevé, ficarei lá na platéia.
Parabéns e até o próximo encontro,
Jussara da Silva Rosa Tavares
Prof do Núcleo de Dança-UFS
Quanto ao espetáculo, para além de atribuirmos juízo de valor, na tentativa de qualificar ou desqualificar, tipo achei bom, achei ruim. O Espetáculo da Espaço Liso foi de fato um espetáculo, trazendo sempre para a cena da dança a interação de linguagens, proporcionando ao público uma ampliação dos seus conhecimentos, uma identificação, entre outros. Eu enquanto público da cena, tive a oportunidade de sentir, cheiros, sabores, vibrações e pulsações que provavelmente outros não tenham percebido. Também, por outro lado, deixei de ver coisas que o espaço em que me encontrava não permitia, mas enfim, é assim mesmo que ocorre em todos os espetáculos só percebemos aquilos o que nossas referências permitem.
Foi um espetáculo muito rico, longo (mas nem senti que já estava sentada por 1 hora e meia) que nos prendia a todo instante, pois ficava na espera do iria ocorrer a cada instante, pois não era um espetáculo linear e com ações previsíveis. Trazer Clarice Lispecto para a cena da dança é um grande desafio e vcs conseguiram fazer isso com muita propriedade. A bailarina Amelinha é de uma expressividade impressionante (todos da companhia são muito importantes para o espetáculo, e cada uma com seu valor), ela é forte, doce e insana, com um timbre de voz que alcança o público. Identifiquei na Amelinha uma Clarice Lispector dos dias atuais. O Microfone da Carol Natureza não permitia entendermos o que era dito, o que dificultou a compreensão da seleção das falas.
Enquanto pessoas do lado de cá (nós que fizemos parte do cenário), declaro para vcs o quanto essa atitude causou uma sensação de frenesi, pois ficávamos pensando - o que eles vão fazer com a gente?... Adorei fazer parte do entorno, mas no próximo como disse o Vevé, ficarei lá na platéia.
Parabéns e até o próximo encontro,
Jussara da Silva Rosa Tavares
Prof do Núcleo de Dança-UFS
"Brilho, encanto e dança... muita dança!
Noite de domingo, 22 de maio de 2011, a V Semana de dança de Sergipe se despede em alto estilo.
No hall do Teatro Tobias Barreto, exposição de fotografias denominada "Fotografia em movimento", o grupo Juventus Cia de Dança inicia sua performance com o espetáculo "Intervenção".
Convidados a entrar no Teatro, os espectadores assistem "Nativos" da Bosco Cia de Dança. Após a apresentação foi dado 15 minutos para intervalo, tempo suficiente para as meninas do Carpediem Dança enlouquecerem os homens com um misto de forró e dança do ventre. De volta ao palco principal, a tão esperada Espaço Liso inicia sua viagem ao mundo de Clrice Lispector com o espetáculo "Escuta...". Primeira descrição para a apresentação: "Ousada", são convidados 40 espectadores para assistirem o espetáculo no palco. Segunda descrição: "Brilhante", a utilização de luzes, velas, movimentação do palco e cenários deu um brilho extra a cada estrela de dançava ali em cima. E terceira descrição: "Encantadora", mais de 1 hora de espetáculo não se tornou cansativa pela grande variedade de formas de dança e a mistura com encenações teatrais!
Noite de domingo, 22 de maio de 2011, a V Semana de dança de Sergipe se despede em alto estilo.
No hall do Teatro Tobias Barreto, exposição de fotografias denominada "Fotografia em movimento", o grupo Juventus Cia de Dança inicia sua performance com o espetáculo "Intervenção".
Convidados a entrar no Teatro, os espectadores assistem "Nativos" da Bosco Cia de Dança. Após a apresentação foi dado 15 minutos para intervalo, tempo suficiente para as meninas do Carpediem Dança enlouquecerem os homens com um misto de forró e dança do ventre. De volta ao palco principal, a tão esperada Espaço Liso inicia sua viagem ao mundo de Clrice Lispector com o espetáculo "Escuta...". Primeira descrição para a apresentação: "Ousada", são convidados 40 espectadores para assistirem o espetáculo no palco. Segunda descrição: "Brilhante", a utilização de luzes, velas, movimentação do palco e cenários deu um brilho extra a cada estrela de dançava ali em cima. E terceira descrição: "Encantadora", mais de 1 hora de espetáculo não se tornou cansativa pela grande variedade de formas de dança e a mistura com encenações teatrais!
Postado no Blog FABRICANDO IDEIAS por Fernando Alves (Designer Gráfico)
"O tema proposto é uma viagem pela literatura intimista de Clarice Lispector. A riqueza de elementos e detalhes, assim como uma parte do público que assiste ao espetáculo no palco, recria este clima de intimidade a levar-nos a sentir-nos como se estivéssemos tão próximos da autora que pudéssemos interferir no andamento da obra, assim como quando lemos seus livros.
Os conflitos internos e a consciência da autora parecem ser ‘escutados’ a cada frase coreográfica que é recitada. Assim como também um certo incomodo e a vontade de interagir.
O espetáculo nos convida a abrir não apenas os ouvidos para compreender os textos declamados, mas também os olhos para captar toda a riqueza de artefatos, por vezes minúsculos, mas que engrandecem a cena.
As trocas de figurino alí mesmo no palco e presença constante dos bailarinos, fumando, esperando um telefonema ou datilografando um pequeno trecho, funcionou como se nos prendesse num labirinto do qual queremos sair, mas não agora. O ritmo é lento e a obra é longa, porém me impressionou depois saber que teve a duração de uma hora e meia.
A música, por vezes tocada ao vivo por músicos clássicos, nos remete a um clima romântico e distante que parece ter partido bruscamente, assim como o som do liquidificador, que interrompe a cena para triturar, quase que ritualisticamente, pedaços de sentimentos da própria Clarice.
Escuta... é um espetáculo que deve ser visto e revisto, da platéia, do palco, com olhos e ouvidos abertos ou fechados, pois é consistente o suficiente para não ser digerido na primeira prova.
Leilinha Nascimento (bailarina, graduanda em Dança pela Universidade Federal de Sergipe)
Os conflitos internos e a consciência da autora parecem ser ‘escutados’ a cada frase coreográfica que é recitada. Assim como também um certo incomodo e a vontade de interagir.
O espetáculo nos convida a abrir não apenas os ouvidos para compreender os textos declamados, mas também os olhos para captar toda a riqueza de artefatos, por vezes minúsculos, mas que engrandecem a cena.
As trocas de figurino alí mesmo no palco e presença constante dos bailarinos, fumando, esperando um telefonema ou datilografando um pequeno trecho, funcionou como se nos prendesse num labirinto do qual queremos sair, mas não agora. O ritmo é lento e a obra é longa, porém me impressionou depois saber que teve a duração de uma hora e meia.
A música, por vezes tocada ao vivo por músicos clássicos, nos remete a um clima romântico e distante que parece ter partido bruscamente, assim como o som do liquidificador, que interrompe a cena para triturar, quase que ritualisticamente, pedaços de sentimentos da própria Clarice.
Escuta... é um espetáculo que deve ser visto e revisto, da platéia, do palco, com olhos e ouvidos abertos ou fechados, pois é consistente o suficiente para não ser digerido na primeira prova.
Leilinha Nascimento (bailarina, graduanda em Dança pela Universidade Federal de Sergipe)
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA ESPAÇO LISO:
Ewertton Nunes
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